antes da escuridão roubar minha mente,
antes de me amarrar com pesadas correntes de metal.
Amanhã, é outro dia igual a hoje,
nada muda e nada encontro quando nada procuro.
Eu não procuro nada agora, mãe.
Amanhã, se chover eu vou estar assistindo,
E o preto ainda será preto,
sem nenhuma gota de cinza,
sem desbotar no branco.
porque eu ainda sou o que sou e nunca estou sozinha mãe,
meus demónios estão comigo!
Eu estou viva entre os mortos,
Mas tu continuas falando na minha cabeça.
Acho que estás esperando pelas minhas lágrimas de logo à noite,
mas desta vez a fonte secou.
Minhas escolhas já foram feitas e meus pensamentos não mudaram.
Eu não me iludo mais com certezas,
nem com a esperança de estar firme...
Eu estou quebrada e afundando, mas não me importo mais.
Eu hei-de chegar logo logo ao fundo.
Talvez eu não me encontre nunca mais, e não faz mal,
eu hei-de chegar à solução quando não houver mais nenhuma saída.
Talvez eu morra mais cedo, e não estou assustada.
Eu hei-de encontrar minha paz.
Se quiseres, carrega-me para longe mãe.
Se preferires deixa-me apodrecer aqui...
Não faz mal, eu não me importo mais com nada.