"É estranho se perder naquilo que parece ser a única certeza que se tem."
Tu não tinhas como negar agora, não havia com quem te revoltares senão contigo própria porque meu bem, o tempo todo que tu te revoltaste contra centenas de pessoas, a culpa era só sua e isso não é nada mais que cobardia!
Contaste-me a verdade e floreaste-a com mil e uma justificações e me dizendo que ele não significava nada para ti! Eu estava pouco me importando com o que tu tinhas para me dizer...eu sabia que ele não significava nada porque eu via como tu me olhavas...eu era o teu mundo! O Filho da Puta do teu Mundo que tu tinhas deitado fora assim...sem parar para pensar!
O que me feria não era a tua falta de amor, a tua falta de consideração, as tuas mentiras, nem tão pouco, a tua traição! Naquela época, a única coisa que tu conseguiste quebrar, foi a minha total confiança em ti...
Tu correste atrás de mim, pediste milhões de perdões, choraste para mim, foste à minha casa à noite mesmo sabendo que a minha tia não te queria por perto...tu lutaste muito é verdade!
Mas eu nunca escondi de ninguém que o meu ideal de amor era o que os meus pais sentiam um pelo outro! E apesar de toda a relação deles ser um pouco triste, havia muito respeito...nunca meu pai levantou a voz para minha mãe nem o contrário, eles não discordavam, tentavam se encontrar nas ideias diferentes um do outro e mesmo com toda a distância, ponho minha cabeça a prémio em como nunca houve nenhuma traição de parte a parte! E eu queria isso para mim...sempre havia jurado que nunca perdoaria uma traição nem uma mentira. Mas ninguém deve dizer "NUNCA"...
Os dias passaram e eu senti a tua falta...tu me surpreendeste com flores e palavras lindas! E eu te perdoei...
É incrível porque no momento que eu te perdoei, algo no meu coração se inquietou e me disse que eu estava me afundando. Eu no fundo sabia que tu me voltarias a trair e que eu estava pisando areias que eu não conseguia mover!
Eu lembro que tu me fizeste muitas promessas e muitas juras e eu apenas te pedi uma única coisa...
- Se for para me magoares mais tarde, se for para me voltares a enganar...por favor, afasta-te agora!
E tu não te afastaste...porque tu querias ficar, tu querias-me! Mas eu não era suficiente não é?! Tu precisavas te sentir desejada por todos...e eu fui tola em pensar que tinha te mudado!
Daquele dia em diante, eu havia assinado a minha pena de morte...é como quando alguém perdoa a primeira agressão física, elas nunca param e sempre se repetem! E naquele dia, te perdoando, eu apenas te provava que não sabia viver sem ti, que estava completamente perdida na nossa relação...que já não existia mais EU e sim só TU!
Acho que tu viste isso de certa forma, acho que viste e utilizaste contra mim ainda que inconscientemente algumas vezes! E eu...eu não vi...ou não quis ver!