quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Demasiado cedo - 2007

Demasiado cedo para perder a noção do tempo…anseio por esse momento. Eu ficarei tão mais serena quando entre o céu e o mar existir apenas uma linha ténue quase imperceptível…e tudo será tão mais fácil quando não houver mais diferenças entre a noite e o dia, entre os meus períodos constantes de insanidade e os meus lapsos de sobriez. Quando eu já não conseguir distinguir os teus gritos dos teus choros…estarei coberta de paz e indiferença. Não haverá relógios para o meu tempo nem tempo para as minhas pulsações…
Não haverá mais esperança mas também ninguém precisa de esperança quando não há mais dor. E tudo será tão simples, tão ambíguo, tão indestrutível que até tu serás capaz de falar do que nunca viste e chorar o que nunca sentiste.
Sim, eu poderei tornar a melodia menos ensurdecedora e levar os trovões para longe.
Eu podia até lançar toda esta historia na lareira e assistir lentamente à sua destruição…sim, eu podia…mas quem lembraria depois? Quem recordaria a tua morte e a minha? Quem falaria de uma historia entre estrelas, guerras e ódios? Quem aprenderia uma lição que nunca foi ensinada? Como tu aprenderias mãe?


4 comentários:

mitra_g_dance disse...

lembro também desta época...
"Não haverá relógios para o meu tempo nem tempo para as minhas pulsações…"
"Eu podia até lançar toda esta historia na lareira e assistir lentamente à sua destruição…sim, eu podia…mas quem lembraria depois? Quem recordaria a tua morte e a minha? Quem falaria de uma historia entre estrelas, guerras e ódios? Quem aprenderia uma lição que nunca foi ensinada? Como tu aprenderias mãe?"

Sim, todas as historias só tem uma moral depois de serem contadas...e tu conseguiste todo um conjunto de morais para ti, para ela, para nós e para o mundo. não importa o preço a pagar por isso

Zé disse...

És uma lição para todos nós mana

ema santos disse...

Mitra e zé » obrigada por durante toda esta luta vocês terem estado ao meu lado de armas e bagagens, de corpo, alma e coração...por tudo eu amo-vos

Eduarda Monterroso disse...

Sempre que você escreve é mais uma parte da sua vida que eu conheço e eu realmente a admiro