segunda-feira, 18 de agosto de 2014

A not Magic World

Você pode viver 1000 anos e ainda não conhecer o mundo. Você pode ter vivido em todas as nações e ainda não se encaixar em nenhuma. E é então que começa esse ódio miudinho dentro de si, quase como um vulcão afogado em água...quase como um grito mudo!
Você cresceu e não pode mais comportar-se como uma adolescente...

Eu ainda me lembro quando tu vinhas de longe cheio de lembranças e comidinhas estranhas que tu amavas experimentar...e de todas as coisas que carregavas, o que eu mais amava era sentar-me no almofadão do chão e te ouvir por horas a fio a contar todos os recantos, esquinas e pessoas que conheceste. Céus, como tu adoravas o mundo!
Às vezes eu gostava de vê-lo como tu vias. De amá-lo como tu amavas. De perdoar como só tu tinhas a capacidade de perdoar. E eu lamento pai...lamento vir aqui desmentir todas as ilusões que viveste mas o mundo não é tão mágico assim!
As pessoas vivem se odiando, se desprezando entre elas mesmas por detrás de sorrisos hipócritas. Já ninguém para para olhar as paisagens que tu tanto amavas e as guerras que tu fotografavas...pai, elas não são nada comparadas com as almas que as pessoas dentro delas mesmas. Pois se tu pudesses vê-las como eu as vejo, sucumbirias em lágrimas!
Mas tu sempre foste assim, capaz de ver o melhor das pessoas e nunca o pior...era assim quando tu a olhavas e não vias como ela era diabólica. Era assim quando tu me olhavas e ainda vias a tua menina e a tua menina estava morta nas tuas mãos pai...eu era só um corpo deambulando!
Não há pai, não existe nenhuma desculpa para a (des)humanidade, nao há..não existe nenhum perdão que eu posso encontrar...pois eu não sou e não tenho o teu coração.
Mas agradeço às estrelas todos os dias, por te terem levado para um lugar cheio de luz e paz...longe do mundo. Exactamente onde tu pertences...

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