A conversa fluía normalmente...te olhei algumas vezes, te olhei quando escolheste outra dose. Eu sabia que era demais mas não falei, ninguém o fez. Alguns minutos e tu quebraste totalmente...tive medo, segurei as lágrimas e o desespero, corri para ti na tentativa de te salvar e foi quando ouvimos "Se for...vou bem"...O sorriso mais calmo que eu já vi, o mais calmo e mais terno. Teu rosto estava lindo, quase perfeito, não parecias sentir dor alguma, desconforto algum e no entanto todo o teu corpo se contorcia involuntariamente enquanto nossas mãos tentavam fazê-lo parar.
Histórias se repetiam, imagens que não se apagam da memória voltaram à velocidade da luz e então tu havias regressado ao mundo em nossos braços. Respirei tão profundamente que me deitei no chão a olhar as estrelas numa daquelas conversas misteriosas entre mim e elas!
Antes de te levarem, abracei-te e apenas te disse "nunca te esqueças que tens um pacto de sangue comigo" ...tua voz baixa e arrastada respondeu com dificuldade "nunca, minha SnowWhiteQueen", largaste-me a mão e eu recusei-me a olhar para trás!
Temo por ti, pelo teu coração, pelas tuas veias frágeis...temo, é a verdade! Mas sei que não queres isso, que não queres ser salvo nem tão pouco que lamentem. Sei também que nem sempre os pactos de sangue são fortes os suficientes para se cumprirem por inteiro ou as pessoas são demasiado fracas para os segurarem e eu perdoo meu irmão, eu perdoo! Porque eu jurei e eu cumprirei até ao fim dos meus dias, estejas onde estiveres! Os segredos, as juras e a lealdade em cima daquela mesa de sangue são nossos e morrerão apenas connosco. Onde estiveres, parte de mim está e vai contigo
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