domingo, 10 de novembro de 2013

Somos cinzas

Abraçaste-me como se o mundo fosse acabar naquele segundo e eu preferia que tivesse, de facto, acabado. Senti o calor que havia esfriado à muito entre nós. Senti que antes de tudo, querias proteger-me... E como isso se torna irónico depois de tudo...Tu que quase me mataste, que me fizeste querer fugir para o universo, vens agora pedir para que me cuide, para nunca te deixar sozinha!
Sabes? É engraçado, mas quando eu mais pensei em desistir, tu não vieste ajudar-me e eu sei o porquê! não que não acreditasses que eu o faria, porque isso eu já o provei...mas porque se naquele momento eu tivesse realmente desaparecido, tu nem notarias minha falta! E agora que eu me acalmei, que minha mente tomou rédeas sobre meu coração, tu vens me pedir que eu me cuide? É...eu estou bem!
Olhaste para mim e disseste que sentias falta de quanto  te dizia coisas que mais ninguém dizia. Dos carinhos que eu te dava...do brilho que os meus olhos emitiam sempre que te olhavam. De certa forma, sei que hoje duvidas do que sinto por ti...mais do que alguma vez duvidaste! De certa forma, hoje vejo que até tu achas quase impossível alguém que sofreu como eu sofri, ainda te amar! Até eu acho...mas lembras quando eu falei em amor? Quando te contei que na minha teoria, AMOR é para sempre? Não a relação, mas o sentimento! Então aí está, tens a prova que o que eu sentia era amor.
Se já não ouves as palavras que te pertenceram em tempos, foi porque em algum momento me pediste para as calar e eu aprendi a guardá-las nalgum lugar bem profundo em mim. Se os carinhos deixaram de existir foi porque quando os tiveste, trocaste-os por outros...E o brilho...foste tu quem o apagou!
Esse brilho, não tem nada a ver com amor...tem haver com fantasia, com admiração, com fascínio, com ilusão. É como quando olhas para uma paisagem lindíssima ou um monumento estonteante. Essa era a minha visão de ti...até tu incendiares com tudo! Nós somos cinzas espalhadas pelo vento que alguém encontrará e contará pedaços de uma história que nem tão pouco conhece. Mas não passamos disso meu amor...cinzas!



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