O fim do Verão chegou..e ela está inteira! Completa e inteira...sem pedaços no chão para serem recolhidos, sem gotas de sangue para serem secas, sem machucados nem feridas, sem lágrimas para serem lamentadas.
Vejo-a de longe e ela nem se apercebe da minha presença...vejo-a nos detalhes das manhãs apressadas e apanho-a desprevenida a olhar da ponte que ela percorre a pé, observando e sorrindo sozinha...ela ama aquela cidade!
Vejo-a dormir...as inquietações de verões passados que ainda atormentam aquele pobre sono desequilibrado. E quando ela lembra as mãos tremem, a testa franze e ela afasta as memórias.
Coitados dos que a amarem agora, coitados dos que se cruzarem com ela agora...pois de alguma forma o verão se tornou a estação mais gélida do ano!
Tantas palavras que ficaram no passado, tantas lutas que ela perdeu e eu ainda vejo de pé...às vezes cambaleia um pouco, às vezes parece frágil por breves instantes mas então ela se abriga nas memórias dos Invernos e se recupera!
O frio colhe-a em seus braços, não por piedade mas porque de alguma forma se preenchem, se entendem. O verões, no passado, ironicamente gelaram a sua alma!
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