segunda-feira, 20 de maio de 2013

Tento afastar-me a cada segundo dos meus dias...tento mesmo mãe. Mas aquela falta, aquele sufoco de não a ter em minhas veias quase me mata. Já não sei bem o que me dói mais...se não poder tê-la ou ser a desilusão do que não quero ser agora!
Eu sei que prometi...eu sei que fiz um milhão de promessas silenciosas para com o mundo.
Eu sei que eles sonham que eu tenha uma casa, uma bonita família com o rapaz dos meus ideais ao meu lado, com duas criancinhas loiras perto de mim e eu ainda bonita e jovem e com uma fantástica carreira.
Esses são os sonhos deles. Que foram por todo o teu tempo, os TEUS sonhos também. Tu sempre me desejaste assim, sempre programaste um estereotipo de pessoa que eu nunca fui...Vocês são cópias de coisas para as quais eu nem arranjo definição e não sei se isso me dá náuseas ou vontade de rir.  Mas quem sabe não são vocês os correctos? Quem sabe o mundo não tenha sido criado para isso, para ser povoado por pessoas assim...
Para quem não se encaixa como eu, o ar fica escasso...os pulmões ficam apertadinhos, os abrigos somem como gotas de chuva num deserto de areia...
Pessoas como eu, tendem a se perderem por não se encontrarem!
Eu sinto, que nasci para morrer cedo, para morrer jovem. Pois pessoas erradas não têm nenhum lugar para onde irem. É assim que eu sou, que eu me sinto.
Nada de bom poderia surgir mesmo quando a minha vida está em paz...eu fui burra em pensar o contrário mãe! Nunca ninguém me vai conseguir amar a não ser alguém assim, tóxico como eu. E eu nunca serei boa para ninguém...nunca serei nada!
E ela vem lentamente...caminha em direcção a mim como a luz das estrelas, fascinando-me em cada movimento como se eu não conseguisse resistir-lhe...
Eu tento e fujo dessas artimanhas, luto contra mim, contra ela...contra tudo o que me aproxima dela mas não tenho como negar o quanto ela me faz falta. Sou vazia sem ela. Sou uma ninguém sem aquela que me dá toda a força, todo o poder.
Sorri para mim como num discurso simples de "Eu sei que tu precisas de mim, que não respiras sem mim"...como negar o óbvio?
O rapaz dos sonhos deles? Eu não me importo com isso...eu não acho que nunca vá amar nada nem ninguém além do quanto a amo...
E as criancinhas? Eu nem nunca gostei de bebes mesmo!
Não à como dizer NÃO à única coisa que me faz sentir algo...A droga é a única que faz o meu coração bater, até fazê-lo parar um dia. É engraçado não é mãe? Aquilo que me faz viver é o mesmo que me mata a cada dose!

(2007)


2 comentários:

A passagem da noite disse...

és de outro mundo. perfeito <3

mitra_g_dance disse...

Tantas verdades :O