segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Seguro a respiração e contemplo os desastres que construímos.
É como se o céu estivesse em chamas por muito tempo....É como se uma parte de mim,
gostasse de o ver desaparecer.
Mundos paralelos colidem e as nossas vozes tentam sobrepor-se enquanto a tua perde a força.
Vá onde eu for, demónios de ti correm na minha sombra.
Monstros que não nos largam....
É tão hilariante quando os vejo com aquele olhar de admiração e até um pouco de inveja
sobre coisas que temos e quem somos.
Quase riu na cara deles...porque eles não conseguem ver além do material que ofusca
a visão de mentes pouco inteligentes..
Eles não conseguem ver como somos podridão e nada mais. Como tu estas tão vazia de tudo...
É incrivel olhá-los e saber que eles não imaginam como a mulher que eles tanto elogiam, todas as noites enlouquece na contagem de calorias que ingere.
Como eles não imaginam que esses lanches onde ela ri e se diverte, são a razão de ela se odiar por mais uma semana. Como eles não sabem que a educação exemplar que eu tive, foi a mesma que me queimou a alma...
Que nesta casa não há calor nenhum, brilho nenhum, sentimento nenhum...
Eles não sabem...e como poderiam saber perante um teatro tão bem encenado?!
E nós sabemos lá como eles vivem entre quatro paredes, como eles se devem odiar também...
Sabemos lá quais os demónios do mundo encantado deles.
Farsas...peões de dinheiro e boa imagem!
E eu riu deles mãe...
Eu riu...porque não tenho mais como chorar!

                                                               *2007

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