quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Até Eu Morrer, Até Depois que eu Morrer

 Afinal o Diabo também Ama 


Eu escrevi milhões de vezes para ti. Algumas cartas eu te dei para que ao leres sentisses o que eu sentia ao escrevê-las. Algumas, sei que tu encontraste nos meus rascunhos pessoais. Outras eu destruí antes que alguém as pudesse ler, sem que tu nunca soubesses o que continham minhas frases. Algumas cartas foram perfeitas declarações de amor, algumas...infelizmente foram cartas de dor, de desilusões que eu não conseguia suportar em silêncio. Algumas cartas foram despedidas e tentativas de te esquecer...que absurdo, tentar esquecer alguém escrevendo sobre ela! Mas em todas elas, absolutamente todas, eu te confessava meu amor por ti! Mesmo naquelas em que eu estava tão irritada contigo que te jurava odiar...minha confissão de amor estava lá, não sei se soubeste lê-la, não sei se não quiseste vê-la e nem sei se eu própria tentei escondê-la o suficiente...

Tantas vezes te escrevi...e agora penso que seja o momento para falar de nós! "Falar de ti" como aquela música que tanto me lembra de ti e guardar para nós a nossa história!

Nós, os humanos, tendemos a tecer teorias sobre coisas e pessoas. Tendemos a jurar conhecermos tudo de nós. E eu era assim também e eu me enganei!

Eu era a típica menina da cidade que brincava ao jogo das paixões rápidas e vazias sem nunca colocar o coração no tabuleiro. Nunca ninguém havia magoado meu coração antes de ti, eu nunca tinha gostado de ninguém antes de ti e antes de ti...eu jurava a pés juntos que eu nunca me apaixonaria.

Apesar de tudo, eu sabia que o amor existia e eu odiava-o. E porquê? Porque eu cresci observando os desastres que grandes amores causam, as almas que corroem e as marcas que nenhum tempo pode apagar. 
Eu fui testemunha de um amor eterno entre o Diabo e um Anjo  e eu vi o inferno engolir o paraíso e sempre que eu olhava para a minha mãe eu lembrava que eu era filha dela, filha do Diabo...e o seu sangue corre nas minhas veias. Tudo o que eu sabia era que eu não podia me quebrar como ela se quebrou, eu não podia destruir ninguém como ela destruiu, eu não queria queimar mais nenhum paraíso nem acabar em cinzas como ela acabou! 

Mas quem escolhe o que ocupa os lugares nos nossos sonhos? Quem pode evitar sentir o que não pede autorização para entrar no coração?  
Eu tentei...juro que eu tentei verdadeiramente não te amar desse jeito louco que eu te amo. Mas parece que afinal, o Diabo também ama.



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