quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Chego a casa às 4h da madrugada, é cedo para mim! Não noto diferença, a casa está tão silenciosa como durante o dia. Na cozinha um bilhete da Rosinha a lembrar-me que o jantar está pronto caso eu tenha fome, ela sempre o faz e eu nunca como nada. Mas preocupa-se, sempre se irá preocupar!
Sento no sofá do meu quarto enquanto coloco música e escrevo algumas frases descoordenadas. Ao meu lado, a janela mais perfeita do mundo...a minha mais bela vista para o único mundo que realmente amo. As estrelas cantam comigo, escrevem comigo, conversam comigo, adormecem-me, acalmam-me, apoiam-me, vêem-me dançar...observam a minha calma e ironia quando olho para a nossa casa.
Nada disto faz sentido para mim mãe, eu não acho que nada disto me pertença ou eu não pertenço a nada disto. E nada disto está aqui por mim ou para mim, está apenas para tapar lacunas que tu deixaste abertas por muito tempo. Eu tentei por muito tempo, arduamente, ver as coisas como tu as vês mas não consegui, lamento. Não tenho vergonha de admitir que para mim toda a nossa vida é patética! Que gostaria de largar tudo, de deixar tudo para trás. Esta casa, este quarto, esta cama, este mesmo sofá, estas paredes que seguram minhas loucuras...Eu odeio a nossa vida, a vida que me obrigaste a viver e apenas por isso eu não vou desistir!
E tu sabes tão claramente que eu prefiro morrer a dar-te a vitória...porque esta guerra mãe, só termina quando uma de nós morrer! Não me importo, não me importo de ser eu, porque eu terei vencido de qualquer das formas. Sempre serei uma vencedora nesta batalha, escolhi ir até ao fim!
Nem mares nem oceanos me fariam parar, nem mesmo as estrelas. Eu sou mais forte, mais corajosa, sou melhor, sou MAIS mulher pois não temo as palavras nem as verdades.
Ficarei no campo de batalha até uma de nós cair, não importa quão alto o custo seja.