domingo, 2 de dezembro de 2012

***Soube da tua mãe...e apesar de tudo, eu acredito que ela vai vencer Ricardo, eu acredito nas estrelas irmão, lembraste?
O Diogo está arrasado mas ele é o nosso puto e tenho imenso orgulho nele. Gostava que o visses, como ele é lindo, inteligente e adulto. Como se tornou no homem que tu desejavas que ele fosse. Tem o teu nome tatuado no peito e ama-te incondicionalmente.
Teu pai não sei muito mas sobrevive. Tua mãe é que...Ricardo perdoa-lhe! Nenhum pai deveria nunca ter de enterrar um filho! Ela sempre terá seu coração estilhaçado em pedaços e não acho que consiga viver muito mais tempo assim.
Eu sei que tu te revoltarias, que gritarias com ela mas quem somos nós para dar lições irmão? Quando tudo o que nós soubemos fazer foi destruir, queimar e lançar sobre o mar...quem és tu para falar de força quando sucumbiste e partiste?? Quando destruíste almas inteiras de quem te amava...E é assim que eu entendo que nossos jogos perigosos quebraram todos os céus que conhecemos.
Os passos em falso, arrependimentos que não tivemos, a doce mecânica da luz pesada sobre nossos olhos e nossas veias, noites longas nas ruas, segredos...nossos segredos que guardaste! Tantas loucuras que te levaram, que nos incendiaram, que nos fizeram rastejar...Que deixaram em cada um de nós essas marcas...em nossos olhos, nossa pele, em cada pesadelo que me acorda à noite!
Mas no fim de tudo, eu perdoo-te porque eu sei que doeu irmão. Teu corpo todo, tua alma, teu fracasso!
Eu perdoo-te, por saber que tu nunca te perdoaste por perderes essa batalha contra a droga! Eu perdoo-te, porque tu estás no meu sangue e meu sangue morreu no teu corpo e foi contigo. E porque...eu ainda sinto, em dias negros, a tentação palpitar sobre a minha derme! Então sim, eu sei exactamente como doeu!


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