quarta-feira, 6 de julho de 2011

A prova

Uma historia sobre estrelas e sorrisos. Eu tenho vindo a sonhar enquanto escrevo a realidade do teatro da vida. Um céu de linhas imaginárias se preenche pelas minhas palavras baralhadas. Podia ser sobre dor, mas já não existem definições…
Podia ser sobre amor, mas esse, eu perdi-o no caminho.

Podia ser sobre o meu coração, mas arrancaram-no de mim…

Então pensei em escrever sobre ti, mãe, depois reparei que escrever sobre ti é o mesmo que falar do passado e eu não tenho feito nada além de relembrar o passado.

Olhei para a minha linha de pensamentos e pensei que podia falar de amanha. Sentei-me debaixo da lua, enquanto as borboletas cantavam e escrevi vontades em tonalidades de brilhos de estrelas cadentes!

E foi nesse instante que descobri como tenho sido uma farsa. Toda aquela força, aquela luta, todas as minhas armas, elas estão abandonadas no chão. Matei-te mas nem me apercebi que sou exactamente a tua cópia.

Largaste os sonhos por amor. Viveste para esse amor. Respiraste através desse amor. Acreditaste em todas as mentiras que o amor te contou. Entregaste a vida a esse amor e ficaste sem nada. Vazia, destruída, sem sonhos e sem asas. E tornaste-te gelada…entorpecida em todas as tuas dores…afogada nessa doença que a tua alma causou.

E eu?! Eu lutei contra o que eras, contra os preconceitos, contra o valor que o nome de família trazia contigo, contra ti e contra o pai. Contra vocês. E que fui eu fazer? Acreditar no amor…Viver por amor…viver através desse amor…E acreditar em todas as mentiras desse amor.

Um dia o pai disse-me que nunca tinha deixado de te amar mas que não sabia demonstrá-lo. Não entendi. Então ele disse que nunca se perdoou por te ter tirado do mundo da moda porque sabia que privou-te do teu sonho mas não se privou do dele, viajar pelo mundo em busca da adrenalina nas desgraças do mundo. Disse-lhe que o odiava porque ele te tinha tornado nessa pessoa vazia que tu eras. Olhou para mim e disse-me “Tu és tão parecida com ela”, ri-me ironicamente.

Então ele continuou e disse-me que eu e tu somos mulheres para viver livremente sem nunca nos apaixonarmos, Porque somos perfeitas e o mundo não sabe amar-nos o suficiente e só quando nos perde é que entende que não encontrarão ninguém como nos. Disse-lhe que o mundo não nos sabe amar, porque o amor simplesmente não existe. Vim embora.

Hoje, entendo que ele te amou de verdade. Acho que lá no fundo sempre o soube, sempre o soubeste. Porque todos aqueles anos ele nunca tocou noutra pele além da tua e nunca olhou para outros olhos, nem outro rosto com aquele ar embevecido que te olhava. Mas por alguma razão não soube dizer amo-te quando merecias ouvi-lo. E talvez, tenha a prova que o amor existe em vocês os dois. Mas também tenho a prova do quanto um amor destrói. Do quando congela, queima e mata.

E então eu deveria somente voar por Nova Iorque e Los Angeles, beijar lentamente e viver intensamente, correr pelo mundo e sonhar apenas com estrelas do céu. E assim, eu não estaria a morrer agora  

3 comentários:

mitra_g_dance disse...

Sim amor, eu amava-a. do mesmo jeito que nos te amamos. Es amada por todos pq sim tu es perfeita.

mitra_g_dance disse...

E Eu amo-te

Anônimo disse...

Sem dúvida, um dos melhores textos do seu blog parabéns